[TVXQ FanFic] Sina

Corria tanto quanto as pernas lhe permitiam. Os ramos fustigavam-lhe os braços despidos e por vezes prendiam-se nas calças, barravam-lhe o caminho e por várias vezes a fizeram cair arranhando as mãos e os joelhos. Levantava-se para voltar a correr e muitas vezes cair. Sentiu o top ficar preso num ramo que se fincou no seu abdómen rasgando-lhe a carne e prendendo o tecido nos seus espinhos. Soltou um gemido de dor e raiva debatendo-se por se libertar. Ouviu os passos mais perto de si e com um novo puxão o tecido rasgou e o ramo libertou-a. Avistou luzes ao longe e a esperança fê-la renovar forças para continuar embora desconhecesse por completo de onde elas provinham. Estava cansada, faminta, debilitada e desidratada. Os ramos continuavam a rasgar-lhe a carne mas já não os sentia, a estrada que começava a avistar sob a luz pálida da lua significava, para ela, esperança, salvação. Ao sair do maldito bosque tropeçou na orla do asfalto e caiu para a frente torcendo o tornozelo e sentindo o osso do pulso ceder e ouviu um leve estalido que se misturou com o barulho de um motor a aproximar-se fazendo-a virar o rosto desfeito na sua direcção.

As luzes fortes ofuscaram-lhe a vista e desviou o olhar.

O carro travou a fundo e o guinchar dos travões e dos pneus sobre o asfalto fizeram-na tapar os ouvidos. Olhou uma última vez para as luzes e tudo ficou escuro.

Quando abriu os olhos novamente tudo à sua volta era um frenesim de luzes azuis e vermelhas, pessoas vestidas de branco. Havia um homem vestido de preto. Ao princípio assustou-se pensado tratar-se de um dos seus perseguidores mas a face de anjo dele, contorcida pela preocupação e medo, fê-la de algum modo acalmar-se apenas para entrar em pânico no momento seguinte. As vozes que ouvia… não conseguia percebe-los. As palavras que diziam não faziam sentido, como se balbuciassem incoerências fazendo-a acreditar que se passava algo de muito errado consigo. Depois a dor abateu-se sobre ela fazendo-a gritar e várias mãos a seguraram. Vozes confundiam-lhe a mente falando ao mesmo tempo e demasiado alto fazendo a sua cabeça a estar a ponto de rebentar. Subitamente soube que ia desmaiar de novo à medida que as forças a abandonavam à velocidade da luz. Ergueu uma mão trémula para o anjo de negro e cabelos de ouro que a fitava assustado: – Help him… please, find him!

Cedeu finalmente e o mundo tornou-se um amontoado de luzinhas coloridas esbatidas até ficarem escuras e a noite abateu-se sobre si.

Um ano depois

Sentei-me na cama e olhei o rapaz que dormitava no sofá. Olhei à minha volta, agarrei na pequena almofada que estava ao meu lado e atirei-lha.

O rapaz acordou atordoado e depois de se aperceber onde estava fitou-me aborrecido atirando-me a almofada de volta: – Então, Faith? Queres matar-me de susto? Isso não se faz.

– Desculpa. – disse-lhe enquanto abafava o riso – Não consegui resistir.

Aproximou-se de mim: – Como te sentes?

– Quantas vezes preciso de vos dizer que estou bem!? – perguntei irritada cruzando os braços à frente do peito.

Alguém bateu à porta e ambos olháramos na sua direcção. Um grande ramo de flores apareceu pela abertura desta ocultando a face e a maior parte do tronco de quem as trazia. Ele baixou o ramo para revelar um enorme sorriso.

– Micky! – exclamei num guincho de felicidade.

– Boa tarde, doutor. – cumprimentou o outro rapaz.

Micky sorriu ainda mais: – Olá Faith. – olhou o rapaz – Então Max, continuas a dormir aqui?

O rapaz corou: – Não dormi aqui, mas como ela estava a dormir quando cheguei acabei por adormecer também.

O médico entregou-me as flores: – Como se sente, hoje, a minha paciente favorita? – perguntou.

Sorri orelha a orelha: – Óptima! Melhor que nunca.

Micky olhou-me desconfiado: – Não me estás a dizer isso só para eu não te cancelar a alta de amanha?

Fiz beicinho: – Nunca lhe menti! Vá lá, Micky! Estou farta deste maldito hospital! – expliquei – Não conheço mais nada alem disto. É um bocado deprimente, não acha?

– Menina! Quantas vezes tenho de te dizer para me por tu? – perguntou ele com um sorriso.

Corei sem que quisesse: – Desculpe… aliás desculpa.

Ele voltou a sorrir: – Melhor.

– Um médico a atirar-se a uma paciente! – disse uma voz cristalina vinda da entrada do quarto – Sr. Doutor! Isso não se faz.

Micky virou-se e sorrio: – Sim, pois. Fala a grande estrela que não larga a paciente!

Eles aproximaram-se e abraçaram-se, Micky olhou as flores na mão dele e sorriu: – Não tens mesmo remédio pois não? – perguntou ele baixinho.

Uma enfermeira entrou no quarto: – Doutor Park, precisam de si nas emergências.

– Bem, meninos, tenho que ir trabalhar. Comportem-se! – disse ele com um sorriso matreiro.

– Para de ser pervertido! – exclamou Max.

Micky riu: – Cuida bem dela, Jae. – disse saindo seguido pela enfermeira.

Jae era um cantor pop/rock coreano de sucesso cujo nome artístico era Hero. Os cabelos loiros quase brancos emolduravam-lhe o rosto de pele clara e perfeita onde dois olhos tão negros como a noite pareciam perscrutar tudo ao mais ínfimo detalhe. Ele era a única coisa que me lembrava do meu passado. Um homem de negro com cara e cabelos de anjo que a fitava com uma expressão preocupada ao lado da maca. Na verdade era quase patético, apenas me recordava dele. De nada mais, nada. Não sabia como ali viera parar, o meu nome, de onde viera ou mesmo porque ali estava. Não era coreana mas eles haviam-na ensinado a ler e a escrever. Aliás, não haviam sido bem eles. Micky era amigo de um professor de inglês cuja irmã se tornara a minha única amiga feminina, ali. O professor Junsu, que de algum modo parecia feliz por a irmã ter uma amiga, foi a minha mais-valia ali. Ele acabara de se graduar e além de ter começado a dar aulas também cuidava da irmã e de alguma forma também de mim. Fora ele quem descobrira que eu não tinha grande sotaque americano e acabara por descobrir que eu também falava japonês na excelência. Micky ficara feliz por saber que o acidente não afectara a minha capacidade de aprendizagem e que eu aprendia com bastante mais velocidade que o normal.

O que nenhum deles conseguia perceber era porque Jae se apegara tanto a mim. Pouco depois de me ter recuperado ele confessou que havia sido ele que me atropelara. Contara-me que eu aparecera do nada e que estava deitada na estrada, confessou não se lembrar de muito a não ser que se tentara desviar de mim a todo o custo e que eu já estava em mau estado mesmo antes de me bater porque se recordava de me ver coberta de sangue. Mais tarde Micky explicara-me que o meu problema não fora maioritariamente o acidente, na verdade o carro de Jae mal me tocara, haviam descoberto drogas muito fortes no meu sistema, sedativos, e eu já havia perdido muito sangue.

Conhecera Max pouco tempo depois de ter acordado, era o irmão mais novo de Jae. Sempre que o irmão não podia ele vinha ali para cuidar de mim. Ele também tinha estado no carro na noite do acidente e fora ele quem em contara a maioria dos detalhes. Em pouco tempo havíamos ficado melhores amigos juntamente com BaeGi, a irmã de Junsu. Ele fugira muitas vezes da escola para vir ali. Até que me apercebi que Changmin começara a sentir algo por ela e cada vez que estamos sozinhos não hesitava em lembra-lo disso de forma jocosa. Como era óbvio ele acaba por se irritar e retribuir-me na mesma moeda… o problema é que a moeda que ele usava tinha para mim um significado um pouco diferente daquele que BaeGi tinha para ele.

Jae era o meu salvador. Algo sempre me dissera isso. De uma forma qualquer que eu não percebia, Jae havia-me salvo. Embora eu, por vezes, não conseguisse vê-lo dessa forma mas apenas como um rapaz normal: doce e carinhoso que não media a esforços para que eu estivesse bem. Fora ele quem me dera o nome Faith. Porque eu tinha que acreditar que me iria lembrar de tudo. O problema era que eu tinha a ligeira impressão que não me queria lembrar de quem era ou do que me acontecera para estar ali.

Ignorem as legendas é que eu n consigo instalar o Sony Vegas para poder cortar o video por ond quero

Jae sentou-se ao meu lado e respirou fundo antes de falar: – Que disse ele? – perguntou entregando-me as flores. Max esticou a mão para que lhe desse as que Micky me havia oferecido para que eu pudesse aceitar as que o irmão me oferecia. Levantou-se para as colocar numa jarra vazia em cima me uma mesa ao lado da janela.

Aceitei as flores e sorri: – Nada. Pelo que parece sempre vou ter alta amanhã. – expliquei cheirando as flores que exalavam um perfume maravilhoso.

Ele levantou uma sobrancelha: – Tens certeza que estás bem?

Irritei-me mas a raiva desapareceu assim que olhei para o rosto divino dele: – Eu estou bem! Mais que bem. Vocês por vezes tratam-me como uma criança. – voltei-me para as flores para que a face dele não me impedisse de dizer o que queria – Posso ter perdido a memória mas não sou um bebé. Se vos digo que estou bem é porque estou. Estou farta de estar confinada a este quarto.

– Mas tu podes andar pelos jardins! – olhou Max acusadoramente.

– Hei! Calma lá com o rumo da conversa! – exclamou ele – Eu sou inocente. Todos os dias vamos lá fora. E tu sabes bem disso. – retorquiu para o irmão – Falando nisso vou ver como está a BaeGi.

Saiu mais rápido que um pensamento e quando abri a boca para falar já não o via. Jae olhou-me: – O que eu queria dizer era que estou farta de estar neste hospital, aqui dentro. – olhei-o aborrecida – Percebeste muito bem o que quis dizer. Não conheço mais nada além deste sítio. Por muito bons que sejam para mim, aqui, preciso de ir lá para fora, de procurar a minha família. Também devo ter uma.

Ele sorriu: – Eu ajudo-te. Prometi que te ajudaria a encontrar a tua família e vou faze-lo. – o sorriso esmoreceu – Mas, Faith, tu não tens qualquer pista e eu tenho estado atento à lista de pessoas desaparecidas, o teu rosto não consta em nenhuma delas.

– Talvez pensem que morri. – observei tristemente.

Ele não falou. Inclinou-se na minha direcção e beijou-me a testa. Depois de algum tempo em silêncio acabou por sugerir que fossemos dar uma volta pelos jardins. Segui-o sem outra opção melhor. Acabei por me animar apenas com o virar de cabeças dos outros pacientes assim que se apercebiam que era o cantor Hero, que estava comigo. Muitas das pacientes eram fãs dele, não tardou muito para que ele estivesse rodeado de crianças e jovens, na sua grande maioria com doenças incuráveis e debilitantes. Sorri e afastei-me. Não era muito bom para ele ser visto com uma rapariga.

Sentei-me no chão à sombra de uma árvore e fechei os olhos gozando da sombra que ela proporcionava face àquele sol abrasante. O calor ali era quase insuportável. Abri os olhos e olhei à minha volta. Doentes passeavam acompanhados de familiares e muitos faziam-no em cadeiras de rodas, alguns médicos e enfermeiros almoçavam nas mesas ali perto partilhando risos e gargalhadas na sua conversa animada. Um outro médico lia para uma criança num banco de jardim um pouco mais à frente. Olhei para a entrada e foi como se uma barreira de gelo me tivesse atravessado. Um rapaz mais ou menos da minha idade de cabelos escuros e curtos falava com uma enfermeira. Era mais alto que Jae uns bons centímetros e vestia um fato de muito boa qualidade, onde estava não conseguia ouvir a sua voz ou ver os seus olhos mas algo nele me era muito familiar. Como uma distante memoria num sonho. Levantei-me para o tentar ver de mais perto mas Jae chegou ao pé de mim primeiro: – Desculpa. – pediu.

Sorri-lhe: – Não tem mal. – olhei para trás e o rapaz tinha desaparecido. Onde raio se enfiara em tão pouco tempo? Teria asas ou imaginara o que vira?

– Que se passa? – perguntou Jae.

– Nada. Pareceu-me ter… pareceu-me conhecer um rapaz que estava a falar com a enfermeira. – expliquei apontando a entrada da clínica.

Ele olhou para onde eu apontava mas tal como eu, não viu nada: – Tens certeza que não sonhas-te? Não está ali ninguém.

Abanei a cabeça: – Há pouco estava. Posso ser desmemoriada mas não sou louca. Obrigadinho pela confiança.

Ele levantou uma sobrancelha de espanto: – Pela língua afiada, pelo menos, já merecias alta. Está em perfeitas condições.

Soltei uma gargalhada e a voz de Max fez-se ouvir ao longe: – Mas a língua afiada dela, sempre esteve e perfeitas condições.

– És um querido Max! – exclamei.

Juntamente com Max vinha Xiah. Ele sorriu abertamente para nós e cumprimentou-me quando chegou ao pé de mim. Fez uma ligeira vénia a Jae: – Como estás?

– Bem e tu? – perguntou Jae de volta.

– Bem. A minha irmã vai receber alta amanhã e pelo que me contou o Max também a Faith. – disse ele sorrindo carinhosamente para mim voltou a olhar Jae – Posso dar-te uma palavrinha?

Afastaram-se os dois a conversar e Max e eu voltamos a sentar-nos debaixo da árvore. Passei-lhe o braço pelos ombros: – Triste por não poderes ver a BaeGi tantas vezes? – perguntei-lhe com um sorriso travesso.

Ele fitou-me sério: – Não sei quando raio puseste essa ideia absurda na cabeça… quantas vezes tenho que te dizer que não gosto dela dessa maneira? – perguntou francamente aborrecido. – Gosto de muito de vocês as duas mas apenas como amigas. Não vou dizer que mais para a frente não venha a sentir nada por ela, no entanto, não posso dizer que a amo porque seria mentira.

Fiquei espantada: – Mas… desculpa, parecia que gostavas dela.

– Se ela gosta de mim, não há nada que possa fazer para o evitar mas posso pelo menos não lhe dar esperanças de algo que nunca vai acontecer. – explicou
– És mauzinho quando queres. Não acredito que a fizeste chorar!?

Ele abanou a cabeça: – Não lhe fiz ou disse nada. Apenas me afastei um pouco. Espero que seja inteligente suficiente para perceber a mensagem.

Semicerrei os olhos: – És tão mau! Como raio queres que as raparigas gostem de ti se passas a vida ser mauzinho para elas?

– Que raio te importa isso? – perguntou levantando-se claramente aborrecido – Já tens o meu irmão! O “senhor-super-estrela-muito-famosa”! O tipo mais bonito de toda a Ásia… que sou eu em comparação com ele, hã?

Desapareceu mais rápido que um pensamento deixando-me a mim emersa neles. Que raio queria ele dizer com aquilo? Seria possível que ele gostasse de mim? No entanto, acabara de dizer que apenas me via como uma amiga! Ele não fazia qualquer sentido. Ou ele estava louco ou estava a dar comigo em louca. Não conseguia perceber onde ele queria chegar com aquela historia mas não estava a gostar do rumo que a coisa estava a tomar. Não queria causar problemas nem a ele nem a Jae… muito menos queria que discutissem. Max adorava Jae e vice-versa. Jae fazia tudo quanto estava ao seu alcance para proteger o irmão e eu entendia. Desde que os pais de ambos haviam morrido que a relação de ambos era muito estreita e Max via o irmão quase como uma figura de pai.

Fiquei sentada a pensar naquilo quando Micky se aproximou silenciosamente: – Humm! Muito pensativa. Que se passa? – perguntou sentando-se ao pé de mim.

– O Max está a agir de forma estranha.

Ele soltou uma gargalhada

– Não acho piada, é meu amigo e pelo que parece não quer falar comigo. – observei não muito satisfeita com o escárnio dele.

Só isto, Leader-san da Tretónia????? O.o ai ai... :-.-:

OK!!!!!....estou apaixonada por esta fanfic.... :amor: :(hahaha): :(ui): Tá simplesmente lindaaaa continua continuaaa